Já andava há algum tempo para ver o filme Dei-te o Melhor de Mim que estreou em Novembro do ano passado em Portugal mas só agora consegui ver. Fui logo escolher um dia espectacular para o fazer. Um daqueles dias maus. Parece que quando estamos num dia mau, para ajudar ainda nos pomos a ver filmes lamechas e tristes. Só para piorar a coisa mais um bocadinho. Eu normalmente faço sempre isso. Não sei porquê mas faço. E depois já se sabe o que acontece... Eu que não sou nada de chorar com filmes, pareço uma madalena arrependida. E quando o protagonista tem demasiadas parecenças com uma pessoa que me foi muito especial, é o descalabro total. Lindo de se ver. O filme é baseado num dos romances de Nicholas Sparks, por isso a história em si é um daqueles romances fofinhos aos quais já estamos habituados. Gostei do filme. A par de todos os outros que já existem, também baseados em livros dele, não desiludiu. Muito resumidamente, fala de duas pessoas que se apaixonaram por volta dos 18 anos, viveram uma história de amor e acabaram por se separar nessa altura, encontrando-se 20 anos depois. A história não acaba como eu gostaria que acabasse. Há uma parte importante e que determina o final que dá mesmo para a choradeira, por isso preparem-se. Quer dizer, eu aposto que já toda a gente viu o filme porque eu sou sempre a maior atrasada. No entanto, se existir alguém que ainda não tenha visto, deixo um conselho: agarrem-se aos kleenex.
Foste. Nunca se soube bem como nem porquê. Nunca tentaste explicar, muito menos redimir-te. Mas foste. Cada vez foste mais e levaste uma parte de mim. Minto. Levaste-me por inteiro porque não se ama pela metade. Não há meios amo-te nem meias entregas. Restou um corpo sem ser, sem alma, sem nada. Fugiste. Afastaste-te. Cada vez mais até te esqueceres de mim. Ou até achares que te tinhas esquecido. Parabéns! O papel assenta-te na perfeição. Depois de tanto tempo consegues fingir que eu não existo. Não sei se é medo ou apenas desprezo. Medo de não conseguires dizer não. Medo de sentires o que não queres ou desprezo nu e cru. Conheceste-me tão bem. Conheceste-me melhor do que ninguém e agora finges que não me conheces. Ironia do destino. Não é possível que nunca te lembres de mim quando eu nunca te esqueci por completo. Não é possível, porque o meu coração ainda conhece o teu. Dói quando passas e me ignoras. Dói mais ainda não ser capaz de ignorar-te da mesma forma. Era o que tu merecias. Na verdade, não mereces nada de mim. Nem mesmo aversão. No entanto, tens tudo. Mesmo sem querer, mesmo sem saber. Tens tudo de mim. Porque eu tenho em mim tudo de ti. Tudo o que foste, tudo que me deste. Mas tudo não passa de ilusão. Tudo pertence ao passado. E eu só queria que fosses um nada quando és um tudo. Queria mesmo.
Mais uma amiga minha se perdeu para o mundo dos comprometidos. Mais uma alma levada pelo santo casamenteiro, atingida em cheio pelo cupido. Mais uma das poucas que restavam. Agora só me restam mais duas! E pelo andar da carruagem vão abandonar-me e passar também para o lado de lá mais depressa do que eu imagino. Como podem ver, ao meu redor, existem muitos casais. Eu nem me importo com isso. São meus amigos, convivo muito bem com eles e não me faz qualquer impressão o facto de serem namorados. As coisas mudam de figura é quando eu fico sozinha no papel principal de solteira-mor. Podem-me chamar egoísta, mas é verdade. Com isto não quero dizer que quem resta não se pode comprometer só porque eu não quero. Claro que não! Isso nem teria qualquer sentido. É óbvio que quero que os meus amigos sejam todos felizes, lamechas, tenham muitos filhos e essas coisas todas. Só acho chato para quem fica solteiro. Eu provavelmente nem para tia vou ficar. É que não tenho irmãos, logo não terei sobrinhos. Se calhar vou ser daquelas velhas chatas que vivem com 10 gatos e que vão para os bailaricos ao domingo à tarde para ver se engatam. Com sorte, nessa altura ainda conseguirei algum que se aguente sem bengala. Nem tudo nesta vida é mau mas eu imagino sempre os piores panoramas...
O amor já não o que era. Se é que alguma vez o foi. O amor vulgarizou-se. O amor deixou de mover montanhas e de virar o mundo ao contrário. O amor foi demasiado usado para outros fins. O amor deixou de ser amor. Tornou-se na futilidade de alguém. O amo-te já não é raro, já não é único. Muito menos especial. Já não custa ser dito. O amo-te é deitado fora como uma pastilha elástica sem sabor. O amo-te já não tem a mesma conotação. Dizem "eu amo-te" como quem diz "bom dia" ou "até amanhã". O amor costumava mover pessoas. Agora são as pessoas que movem o amor. Fazem dele o que querem. Moldam-no, usam e abusam. Destroem. O amor agora é de quem não ama. O amor é banal. Mas eu ainda acredito na sua verdadeira essência.
A vida surpreende. A vida prega-nos partidas. Não vamos por acaso. É ela que nos leva lá. Era sensível, agora sou fria. Quebro com facilidade, lá no fundo sou frágil. Já amei demasiadamente a sério. O pior é que ainda amo. A vida faz-nos ver o que queremos esconder. Já lá vão 3 anos e 3 anos é muito tempo para quem vive momentos. Sou nova. Demasiado nova para me agarrar a algo que não me leva a lado nenhum, mas que já levou. Em 3 anos cresci muito. Tentei esquecer. Juro que tentei! Depois desta nova fase da minha vida, estava confiante de que já tinha esquecido, estava mesmo. A vida estava diferente, conheci novas pessoas e ganhei novos hábitos. A rotina mudou, a atitude mudou, os pensamentos mudaram. Os sentimentos não. Infelizmente! Julgava que já controlava, afinal ele é que me controla a mim. Estou surpreendida, bastante até. Como é que ainda não esqueci passado tanto tempo? Como é que não superei? Não há explicação. Estive 9 meses sem ter qualquer contacto com ele. Sem o ver, sem falar com ele e sem ter qualquer tipo de notícias. Já pensava menos nele. Já era mais feliz sem ele. Já não sentia um vazio tão grande. Aparentemente era tudo ilusão. O sentimento continuava cá, ainda continua. Depois deste tempo todo, reencontrei-o. Reencontrei-o com outra pessoa no meu lugar. Não me espanta! Não é a primeira, não será a última. Nenhuma delas ocupou verdadeiramente o meu lugar, disso tenho a certeza. Tenho medo que esta o faça, que seja diferente. Um dia vai acontecer, eu sei. E nesse dia, se eu continuar igual, vou chorar, vou sofrer a sério. O reencontro foi simples, nada de verdadeiramente especial. Ela estava com ele. Apenas falámos uns minutos para saber se estava tudo bem. Minutos esses que me mostraram que nada mudou, pelo menos para mim. Aquele olhar é o mesmo, desde que o conheço. Mostrou preocupação. Chateia-me é não saber o que ele pensa. Chateia-me não saber o que ele sente. Chateia-me o facto de me preocupar com tal coisa. Minutos antes de nos encontrarmos descobri que tinha perguntado por mim, tinha perguntado se eu ia estar lá, onde ele estava. Pensei que já não se interessasse. E não sei se ainda se interessa. Ele confunde-me. Abala-me. Destabiliza a minha vida quando penso que está estável. Sempre o fez e sempre o vai fazer. Nem sei se dá por isso, mas fá-lo sem ser preciso muito. Eu continuo sozinha. Não sei se por ter medo, se por estar agarrada ao passado. Só queria saber o que a vida me reserva porque isto não é vida para ninguém. O passado chama-se passado por isso mesmo. Não é suposto continuar no presente. Eu vivo o presente mas penso o passado. As saudades abatem-se sobre mim de maneira inexplicável. Dói! É demasiado amor para uma pessoa só. Queria liberdade, não gosto da dependência. Deixa-me ser, eu deixo-te estar.