Este ano tive duas afilhadas. Duas raparigas que me escolheram para as acompanhar no seu percurso académico. Duas miúdas espectaculares. Muito queridas. Não me arrependo nada de ter aceite os pedidos porque são, de todos os caloiros, das melhores pessoas que lá estão. E não é por serem minhas afilhadas. No início não sabia muito bem se tinha jeito e até mesmo capacidade, para ter afilhados. Até porque são quase como os nossos rebentos na faculdade. Chegam lá sem saber como as coisas funcionam. Nós explicamos tudo, ajudamos, suportamos, protegemos. Estamos lá sempre para o que precisarem. Acabamos por ser um ombro amigo. Um braço direito. Alguém em quem sabem que podem confiar. E tenho pena que não seja assim com todos! Porque há padrinhos que só servem para baptizar e enterrar e que não dão nenhum género de atenção ou ajuda aos afilhados e vice-versa. Isso não faz de todo o meu tipo! Como madrinha sinto necessidade de saber sempre se está tudo bem e se precisam de ajuda. Sei que no próximo ano dificilmente terei afilhados porque os caloiros recorrem muito mais aos de 2ºAno para tal, e é o que faz sentido. Mas estas duas afilhadas já me enchem bem as medidas. Para o ano, é a vez delas assumirem o meu papel perante outros. E aí serei avó. Babada, como sempre!
E está concluída a 1ª semana de (poucas) aulas e de (muita) praxe. Como devem ter reparado ao longo desta semana que passou não fiz nenhum post. A verdade é que não tive tempo nenhum. Não vim ao computador nem vi televisão. Levantei-me cedo, todos os dias, trajei-me e fui para a faculdade, praxei, ri e diverti-me. Cheguei tarde a casa e só tive força para me dirigir até à cama e dormir.
Não pensem que a praxe é cansativa só para os caloiros. Para nós, veteranos, também é e muito. O ano passado não era dessa opinião mas agora que sou veterana é que percebo. É muito cansativo! Aguentar um calor desgraçado com o traje vestido, dores de pernas e pés que só nós sabemos, entre tudo o resto que dá muito trabalho referir... Os sapatos não foram feitos a pensar no conforto. Cheguei ao 2ºdia cheia de bolhas e feridas nos pés, era um sacrifício enorme todos os dias acordar e saber que tinha que pôr os pés naqueles sapatos, mas fora as coisas menos boas, foi uma semana fantástica.
Adorei conhecer a nova geração do meu curso. Gostei de praxar! Fui má e gritei quando tinha que ser, fui simpática e sorri quando achei que devia. A praxe não passa só por pô-los a olhar para o chão e mandá-los encher. Também há momentos de descontração e conversa em que mostramos o nosso verdadeiro eu e em que eles se dão a conhecer na sua verdadeira essência. E é nessas alturas que nos divertimos mais que nunca.
Tenho uma afilhada e espero não a desiludir. Sei que ela me escolheu porque acha que vou assumir bem o papel, por isso vou tentar ser uma madrinha presente e exemplar. Sinto orgulho nela e não é por ser minha afilhada, mas é a miúda mais fofa que lá anda.
Quinta-feira tivemos o jantar da faculdade e aí percebi que o meu curso está muito mais unido que no ano passado! E é tão bom sentir isto...
Os caloiros dizem que é muito estranho verem-nos com roupa normal. Dizem que ficamos muito diferentes. Percebo isso porque no meu ano de caloira pensava exactamente o mesmo.
É com orgulho e um pouco de emoção que vejo todo o meu curso a relacionar-se, a ser amigo e sobretudo a mostrar uma grande união.
Sei que quando acabar vou ter muitas saudades disto. Também sei que ainda faltam 2 anos mas o tempo agora passa tão depressa...
Enquanto praxo sinto saudades de ser praxada. É uma nostalgia tão grande. O ano de caloiro é o melhor, sem dúvida alguma.