Temos de tudo. Em todo o lado. Pessoas corajosas, que gostam de arriscar em cada segundo da vida. Que não têm medo do futuro e que se propõe a todo e qualquer desafio. Pessoas que se sentem bem fora da zona de conforto e que se atiram de cabeça. Sem medos nem receios. Depois também temos as pessoas mais contidas. Que gostam da monotonia e não se aventuram. Pessoas em que os receios superam a coragem impedindo todo e qualquer passo mais arriscado. Pessoas que sonham muito mas concretizam pouco. Se tiver em conta os meus últimos anos de vida, acho que me insiro no segundo grupo. E isso é algo que não me deixa propriamente contente. Sempre admirei as pessoas que arriscam sem medos e que vão à luta por tudo aquilo que querem. E sempre achei que devia ser mais assim. Em tudo na vida. Sou muito insegura e só há pouco tempo é que me apercebi de que isso me impedia de fazer muita coisa. Ideias tenho imensas. Vontade também. Mas a insegurança e a falta de confiança mandam-me abaixo em três segundos. Eu não tenho confiança em mim própria. Acho que nunca vou conseguir fazer nada que seja novo para mim. Sou naturalmente pessimista. Penso sempre que vai tudo correr mal e que não tenho capacidades para resolver situações que estão fora do que me é habitual. Às vezes acabo por me auto-propor para esse género de coisas a muito custo. Só mesmo quando me mostram que irá ser bom para mim. Geralmente tenho a noção de que arriscar é bom. A vontade de participar em algo novo também está sempre presente. No entanto, os medos acabam muitas vezes por me deixar de pé atrás. Na faculdade, sou muitas vezes assim. Há vários projetos em que me envolvo em que vou completamente ansiosa e com medo de falhar. A preocupação é de tal ordem que não penso noutra coisa nos dias antes desses mesmos projetos. É horrível aquela sensação no estômago. Sei que podia participar em muito mais coisas, que me podia oferecer para muitas tarefas e que podia tomar a iniciativa de realizar projetos na minha área. Mas vivo no conformismo. E cheguei a um ponto em que conclui que não podia continuar assim. Estive quase a desistir de uma atividade por ter imenso medo de falhar. E até posso falhar... Mas a experiência vai ser tão boa que ultrapassa tudo. Neste momento, tomei a decisão de me envolver numa coisa a sério - um projeto de investigação - que não é obrigatório. Eu própria me voluntariei para o fazer. Isto vai roubar-me muito tempo... Ainda para mais numa altura em que vou estar a estagiar 8 horas por dia. Não sei por quanto tempo se irá prolongar mas sei que me dará muito trabalho. É algo em grande e no qual nunca trabalhei. Um mundo novo para mim mas no qual tenho muita vontade de trabalhar. Se a coisa for bem feita, poderá levar-me longe. Vai contribuir muito para o meu currículo e inclusivé poderá levar a uma posterior publicação em revista científica e exposição em conferências. Se estou com medo? Muito. Não sei se vou ser capaz pois nunca me envolvi em nada deste género. Mas resolvi arriscar. Achei que era o momento certo para deixar a insegurança de lado e me atirar de cabeça. Por enquanto é só no percurso académico mas espero conseguir aplicar isto no resto da minha vida. Eu já dei o meu sim. Agora é trabalhar mais que nunca! Só queria fazer a diferença. Pelo menos desta vez.
Cada um de nós tem a sua perspetiva de futuro, uma maneira pessoal de idealizar como vão ser os próximos anos da nossa vida. Há uns dias falava com os meus amigos sobre isso. A conversa abordava os mais variados temas incluindo casamento, trabalho e filhos. Eu fui logo aquela que se chegou à frente e disse que primeiro quer estabelecer uma carreira profissional, trabalhar em áreas distintas dentro do que é permitido e obter estabilidade financeira. Casar (gostava mas não é algo obrigatório) e ter filhos só lá para os 28 anos, se não mais tarde. Amigas minhas ficaram com cara de espanto quando lhes disse isto e eu nem percebi porquê. Algumas delas têm prioridades bem diferentes das minhas. Dizem que querem ser mães aos 25 anos porque depois disso já é muito tarde e não querem ter 40 anos e ter um filho com 10. Sinceramente não percebo qual é o problema. Agora ter filhos aos 25 acho muitíssimo cedo. Isso é daqui a 4 anos. Tendo em conta que acabamos o curso no próximo ano (se tudo correr bem), sobram 2 anos pós-licenciatura para engravidar... E se decidirmos tirar um mestrado? Pois. Aí é acabar o mestrado e ter um filho. Nem sequer começaram a trabalhar e querem ter um filho. Na minha cabeça isto não faz sentido nenhum. Deixei isso bem claro durante a conversa porque realmente com 25 anos ainda somos umas miúdas acabadas de sair da licenciatura e fresquíssimas no mercado de trabalho. Bem, é só a minha opinião. É claro que cada um tem as suas prioridades. Uns têm-nas mais bem definidas do que outros. No meu caso, prefiro começar por trabalhar muito primeiro. Isto não implica que não me junte ou case cedo. Nunca se sabe. Mas ter filhos é um assunto no qual não quero pensar nos próximos anos.
Ninguém merece. Ninguém merece ter que optar. Há decisões difíceis. Cruéis. Não é justo optar pelo pai ou pela mãe. Não é justo escolher um lado quando os dois são essenciais. Fundamentais. Não é justo nem é certo. Não escolhemos o divórcio mas o divórcio impõe-nos uma escolha. Obriga-nos a tomar partido quando queríamos tudo por inteiro. Força-nos a viver com um peso na consciência. Sacrifica-nos o futuro e tudo muda. Os natais não são os mesmos. Os aniversários tornam-se complicados. Os dias do pai dividem-nos. Mesmo após a escolha continuamos a ter que fazer opções. Sem querer. Sabendo que um dos lados vai sofrer, qualquer que seja a nossa escolha. Às vezes gostava de ter uma dupla existência. Poder estar em dois lugares ao mesmo tempo. Poder partilhar as mesmas alegrias com ambos. Viver com os dois. Infelizmente não é possível. Foi há 5 anos que tomei a decisão mais difícil da minha vida. E tantas questões surgiram no momento final. Dúvidas. O medo do arrependimento. A faca que se espeta no peito quando anunciamos a escolha. Tentei ser justa. Foi em vão. A justiça é incapaz de coexistir com a opção. São campos opostos. Contrários. Não cabem no mesmo mundo. Não fiz a escolha por mim. Fiz a escolha por eles. Optei por quem achei que não se iria aguentar tão bem sozinho. Por quem precisaria mais de mim, mesmo sem que nunca o dissesse. Sei que se não ficasse, a vida iria ser muito mais complicada. Limitada. Ausente de sentido. Do outro lado, sei que há alguém que dava tudo para ter sido a opção. Inconscientemente peço desculpa, todos os dias da minha vida, por não estar presente na mesma proporção. Muitas vezes pede-me para ficar. Quando não pede, eu leio-lhe nos olhos a vontade. A necessidade. A fraqueza. Mas eu não posso. Não posso ficar. E aí dói a sério. A incapacidade é o que mais dói. O ter tomado a decisão magoa. Mas tomar uma decisão diferente implicaria a mesma mágoa. Só muda o corpo. A alma que a sente. Se fiz a escolha correta? Não há escolhas certas. Ter que decidir só por si é errado. Injusto. A vida às vezes é ingrata.
Pois dizem por aí esta frase cada vez que se aproxima um novo ano. Eu cá não acredito muito nisto. Ora bem:
- Continuo a ter que estudar.
- Continuo a ter uma época de exames pela frente que certamente me irá dar muita dor de cabeça.
- Continuo a ter um curso para acabar.
Como vêem continua tudo igual. Amanhã (ou melhor, hoje) começo logo o ano da forma mais espectacular que é levantar às 7h da manhã e ir para a faculdade fazer trabalhos. Adoro esta minha nova vida. Muito interessante.
Eu não aguento. Não suporto. Eu vacilo, estagnada no momento. Sem reacção, sem expressão. Não prossigo. Não há nada de mim nesse instante. E o instante é uma imensidão. Um relógio parado. O tempo perdido, o tempo esgotado. Mas a vida segue, não espera. Não me deixa ficar. Não me deixa controlar. A vida é culpada, ou é culpado quem culpa a vida. A vida é lixada. A vida somos nós.
Quantas vezes pensamos se estamos no caminho certo? Se escolhemos bem o que queremos para o futuro? Eu penso muito nisso. Já devem ter reparado que eu tenho um grande problema: pensar demais. É complicado ou mesmo impossível prever se fizemos a escolha certa, mas eu sei que se não estivesse no curso em que estou, teria logo em mente duas ou três profissões diferentes pelas quais me apaixonaria à primeira vista. O mais engraçado é que não têm nada, mas mesmo nada a ver com o curso em que estou. Estou na área da saúde e gosto muito. A ideia de ajudar as pessoas, prevenir doenças e eventualmente salvar vidas é o que mais me encanta nisto tudo. Foi isto que idealizei para a minha vida desde o momento em que tive consciência de que tinha um futuro pela frente e escolhas importantes para fazer das quais o mesmo dependia. Se não estivesse nesta área, não me importava nada de ser advogada. Acho que adorava. É uma profissão que venero, que me desperta imensa curiosidade. Depois existem outras duas áreas que também me cativam: Jornalismo e Marketing/Publicidade. Vêem como eu tinha razão? Qualquer uma delas tem muito pouco ou nada em comum com a área da saúde. É estranho gostar de coisas tão distintas. Ao mesmo tempo é bom. E vocês, o que queriam ser se não fossem o que são?
Parece que está terminado o 1ºAno da Faculdade. Nem acredito! Passou depressa. Demasiado depressa.
Foi mesmo a correr... Este foi um ano totalmente diferente dos outros todos. Foi quase como recomeçar uma vida nova. Mudar de escola, sem conhecer ninguém e aprender coisas novas num curso que escolhemos para o resto da nossa vida.
Entrei sem saber muito bem o que esperar. No início tive medo, é normal! Tive medo de não me adaptar, de não conseguir dar-me bem com ninguém e não conseguir arranjar pessoas que gostassem de mim. Agora percebo que não havia razões para ter medo. Vamos todos em igualdade para lá. Ninguém conhece ninguém e no fundo queremos todos o mesmo: integrarmo-nos.
Eu consegui! Todos conseguimos. Conheci muitas pessoas. Dou-me realmente bem com 6 em especial e sei que agora posso chamá-los mesmo de amigos. São mesmo boas pessoas e a personalidade deles encaixa com a minha. Damo-nos todos bem e temos todos o mesmo "lema" de vida. Sei que posso contar com eles e eles comigo. De resto tenho outras pessoas com quem também me dou bem. Posso chamá-los de "conhecidos" porque falamos bem mas não tenho tanta confiança.
Dizem que na faculdade é onde temos os melhores anos da nossa vida. Acredito que sim! Cada vez acredito mais. Pelo menos até agora foi o ano melhor que tive. A faculdade não é fácil, é verdade, mas tem muitas coisas boas. Aprendemos muitas coisas e não estou só a falar de conhecimentos relacionados com o curso.
Não vou mentir, houve dias em que me apeteceu desistir. Dias em que fiquei noites em claro a achar que não ia conseguir cumprir os meus objectivos. É preciso estudar muito para conseguirmos boas notas! Não duvidem disso. Acho desde o 1º ao 12º anos nunca tinha estudado tanto como estudei neste ano. É muita coisa realmente. Não sei se dei o melhor de mim, mas dediquei muito do meu tempo à faculdade. Há alturas em que nem tempo temos para respirar, alturas em que temos que beber 2 ou 3 cafés para conseguir manter os olhos abertos, alturas em que temos que abdicar do sono para estudar. As épocas de exames são as piores alturas. Mas isto sou eu que sou meio desorganizada e ainda não aprendi muito bem a gerir o tempo. Sou daquelas de deixar tudo para a última da hora e já vi que isso na faculdade não é solução. Não resulta mesmo! As coisas têm que ser estudadas com antecedência se queremos tirar notas decentes. É certo que a sorte às vezes também ajuda um bocado no que diz respeito às notas.
Não é fácil tirar 18's, é preciso suar muito. Não tive exactamente as notas que desejaria ter mas esforcei-me. Pode ser que para o ano seja melhor.
O ano de caloiro é muito bom! Não sei se é melhor que os outros porque ainda não passei por eles mas certamente quando passar irei dizer aqui se realmente é verdade.
A praxe é fundamental acreditem! É dura claro! Mas é lá que nos integramos. É lá que conhecemos as pessoas e começamos a fazer amigos. Não é um bicho de 7 cabeças, não é tão mau como dizem. Eu gosto e sei que há gente que não gosta mas é preciso ir para lá de mente aberta e levar aquilo na brincadeira. No fim das praxes, o trajar é o culminar de tudo! É um orgulho imenso! É basicamente a nossa "recompensa" de tudo o que passámos. Mas também é preciso saber que trajar não é só andar ali bonitinho. Nada disso! O traje tem todo um simbolismo muito importante.
Este texto é basicamente para "ambientar" as pessoas que vão entrar este ano para a faculdade. Pensem bem nas opções que põem quando fizerem a candidatura. O vosso futuro está dependente disso. Vejam se é o que gostam, se se imaginam a fazê-lo para o resto da vida e se realmente vale a pena.
No meu caso, não me arrependo nada do curso que escolhi. Soube desde o 9º/10º ano que era aquilo que queria e depois foi lutar para o conseguir. Depois de o conseguir, depois de lá estar, percebi que é mesmo o que quero fazer, que me sinto feliz assim. Só quando entrarem é que vão mesmo mesmo perceber se é aquilo que querem porque nunca é exactamente como imaginamos.
Desejo muita sorte a todos os que se candidatam este ano!
Aos que entrarem na minha faculdade e no meu curso, terei muito gosto em recebê-los, conhecê-los, praxá-los e respeitá-los, tal e qual como fizeram comigo.
Se a faculdade é difícil? É, mas vale muito a pena!
Pois é, estou quase a fazer aninhos! É já nesta próxima semana. E tenho uma frequência no mesmo dia -.- Não podia haver nada melhor... Mas pronto, tirando isso, vou reunir-me com os meus amigos para jantar e conviver que sabe sempre bem. Estou a ficar velha! Quem diria... Começo a sentir o tempo a passar depressa. Cada vez passa mais rápido. E não gosto nada desta sensação pois parece que se piscar os olhos já tenho 30 anos.
Para ser sincera não me importava nada de ficar com esta idade para o resto da vida. Estou bem assim, dentro dos possíveis. Mas vou ter que envelhecer mesmo, não há escolha.
Para o meu aniversário, gostava de usar um vestidinho todo giro, como todas as raparigas gostam ahah. Para isso gostava de ter opiniões. Qual destes gostam mais?
A vida surpreende. A vida prega-nos partidas. Não vamos por acaso. É ela que nos leva lá. Era sensível, agora sou fria. Quebro com facilidade, lá no fundo sou frágil. Já amei demasiadamente a sério. O pior é que ainda amo. A vida faz-nos ver o que queremos esconder. Já lá vão 3 anos e 3 anos é muito tempo para quem vive momentos. Sou nova. Demasiado nova para me agarrar a algo que não me leva a lado nenhum, mas que já levou. Em 3 anos cresci muito. Tentei esquecer. Juro que tentei! Depois desta nova fase da minha vida, estava confiante de que já tinha esquecido, estava mesmo. A vida estava diferente, conheci novas pessoas e ganhei novos hábitos. A rotina mudou, a atitude mudou, os pensamentos mudaram. Os sentimentos não. Infelizmente! Julgava que já controlava, afinal ele é que me controla a mim. Estou surpreendida, bastante até. Como é que ainda não esqueci passado tanto tempo? Como é que não superei? Não há explicação. Estive 9 meses sem ter qualquer contacto com ele. Sem o ver, sem falar com ele e sem ter qualquer tipo de notícias. Já pensava menos nele. Já era mais feliz sem ele. Já não sentia um vazio tão grande. Aparentemente era tudo ilusão. O sentimento continuava cá, ainda continua. Depois deste tempo todo, reencontrei-o. Reencontrei-o com outra pessoa no meu lugar. Não me espanta! Não é a primeira, não será a última. Nenhuma delas ocupou verdadeiramente o meu lugar, disso tenho a certeza. Tenho medo que esta o faça, que seja diferente. Um dia vai acontecer, eu sei. E nesse dia, se eu continuar igual, vou chorar, vou sofrer a sério. O reencontro foi simples, nada de verdadeiramente especial. Ela estava com ele. Apenas falámos uns minutos para saber se estava tudo bem. Minutos esses que me mostraram que nada mudou, pelo menos para mim. Aquele olhar é o mesmo, desde que o conheço. Mostrou preocupação. Chateia-me é não saber o que ele pensa. Chateia-me não saber o que ele sente. Chateia-me o facto de me preocupar com tal coisa. Minutos antes de nos encontrarmos descobri que tinha perguntado por mim, tinha perguntado se eu ia estar lá, onde ele estava. Pensei que já não se interessasse. E não sei se ainda se interessa. Ele confunde-me. Abala-me. Destabiliza a minha vida quando penso que está estável. Sempre o fez e sempre o vai fazer. Nem sei se dá por isso, mas fá-lo sem ser preciso muito. Eu continuo sozinha. Não sei se por ter medo, se por estar agarrada ao passado. Só queria saber o que a vida me reserva porque isto não é vida para ninguém. O passado chama-se passado por isso mesmo. Não é suposto continuar no presente. Eu vivo o presente mas penso o passado. As saudades abatem-se sobre mim de maneira inexplicável. Dói! É demasiado amor para uma pessoa só. Queria liberdade, não gosto da dependência. Deixa-me ser, eu deixo-te estar.